sábado, 10 de setembro de 2011

sobre mim

Manteiga de garrafa, leite derramado. Queijo francês com cheiro de velho, chocolate amargo com gosto de saudade.

Pés de criança na areia da praia, ciúmes nos olhos que escondem o amor. Paixão mal revelada, ódio mal escondido. Dor de cotovelo.

Nudez descontrolada, vestido cheio de pregas. Bainha mal-feita. Festa mal organizada. Descontrole. Grito de dor. Choro de rir, riso de nervoso.

Tudo dando errado e no final saindo certo. Contos de fadas, de bruxas, de príncipes, e de sapos. Muitos sapos. Muitas coroas, muitos reis. Muitas mentiras. Muitas mentiras.

Não saber o que fazer, fazer o que é certo. Fazer o que não quer. Querer fazer e não poder. Se calar, se sentar, murmurar. Pensar maldade e não fazer.

Ter orgulho dos outros. Gritar com os outros. Bater nos outros. Chorar pros outros. Pedir apoio pros outros. Sofrer com os outros, sofrer pelos outros. Sofrer sem contar aos outros.

Querer se esconder, querer aparecer. Querer ser notada sem ser comentada, sem ser mal vista.

Sem ser mal vestida. Não saber o que vestir, vestir o que vier pela frente. Querer comprar toda a loja de roupas. Querer só um casaco. Querer só um sapato.

Querer só um abraço. Querer ser ouvida, querer ouvir.

Falar demais. Não falar nada. Pensar na morte da bezerra. Repensar a teoria freudiana.

Alterno entre mentiras e verdades. Verdades que me parecem mentiras, mentiras que conto com sinceridade. E buscar o amor de verdade.

E não encontrar o amor de verdade.

Não esqueça, meu amor

Não se esqueça, meu amor, de que sou pó. E como pó que sou, eu saio a esmo. Voando pelos ares conforme o vento. Mais pesada conforme o tempo, mais leve conforme a poluição.
Não esqueça meu amor de que tenho tempo. Tempo contado para tudo. De viver e até de amar. E que como tudo, e como as rosas, eu sou efêmera. Mesmo em meus momentos de montanha, sou efêmera. Rochedo ao sabor das águas do mar.
E lembre sempre de que sou estrela. Explosão aérea, vista ainda muito tempo. Muito brilho, mas tão distante. E possivelmente, tu vês ainda meu brilho daqui, mas é possível que ele tenha se extinguido.
E não se esqueça meu amor, que nosso amor é onda. E que ele nada. E que ele luta. E que ele cresce, mas que morre na praia.
E além de água, nosso amor é fogo. É chama, é calor que nos abrasa. Mas como todo fogo que vira brasa, apenas um vermelho opaco, depois vem a chuva e novamente o apaga.
Assim sendo meu amor, sou pó, brilho, tempo e força. E como a natureza me esvaio sob teus dedos. Vou embora sem que tu possas me reter. Mas de todo pó, tu podes sujar as mãos. De toda água podes molhar os pés, de todo o tempo podes contemplar a passagem e de todo brilho podes ver a luz.
Assim, mesmo que não seja sua, fico um pouco com você. E quando enfim voltar à inconsciência primitiva, saberei que algo meu ficou com alguém.

Anúncio de Coração

Gostaria de anunciar a doação de um coração. Novo, em bom estado. Já foi usado, já foi surrado, mas está atualmente em reconstrução.
Estou doando este coração porque pesa muito carregá-lo só. Está cheio de sentimentos. bons e ruins, preciso de ajuda para organizá-lo, tirar os sentimentos ruins, ficar só com os bons.
Mas preciso de alguém que queira mesmo um coração. Que não me devolva depois, como os dois últimos locatários.
Tem que ficar com ele para sempre. Para sempre! Você pode morar neste coração. Tem espaço suficiente, é um coração grande e bem decorado com boas lembranças e boas recordações.
Se você conhece alguém ( ou se for este alguem) que teve o coração partido recentemente, que está atualmente desabrigado, sem coração para onde voltar, pode falar comigo.
A gente divide o meu coração pra dois. Acho que dá. Deve dar. Sempre dá.
Já teve outros moradores este coração, mas sempre que me devolvem o lar eu reorganizo, e deixo ele ainda maior, mais confortável pro próximo morador.
Você sabe bem como me contatar. E me procure mesmo, se quiser um coração pra morar.

As formas de amor

Existem muitos amores e o mais lindo é aquele amor amado em silencio, amado calado, que nem sabe que eh amado e que um dia desperta por qualquer motivo comum, um sorriso, uma troca de olhares, um roçar de braços ou até mesmo aqueles amores que surgem a partir do ciúme. Daquele ciúme não entendido como ciúme, mas como raiva por tais e tais motivos.
Dizem que o amor é um aperto no coração,mas acho que é mais um coração folgado que não esperava ser abraçado ter seus olhos cobertos e ter que adivinhar quem eh.
A pior forma de amor é aquela que não se contenta soh em amar, mas também quer ser amado a todo custo. Aprisiona o outro coração, pede que ele fique, mesmo que ele queira ir embora.
Outra forma de amor, nem ruim nem boa, mas outra forma é aquela em que não se ama com a mente, porque muitas vezes o cérebro não quer amar. Mas o coração ama mesmo assim.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

SAUDADE

Quantas vezes meus olhos nublaram
E tempestades histéricas despencaram sobre eles?
Quanto sol deixou de nascer em meu olhar?
Quanta luz se dissipou no espelho da minha alma!
Chuvas torrenciais,
Depressões cinzentas…
E a razão de tudo isso?
Estar longe do mesmo céu que você,
Longe, longe, longe…

(Michelle Buss)

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nos vastos campos

Nos vastos campos, teus estelares

Minha brisa corre pelo ar

Como o teu luar entristecido

À espera de encontrar

Um abrigo, um refúgio

Um paixão enlouquecida

Longe de qualquer despedida

Que possa me afetar

Nos vastos campos, teus estelares

Minha brisa corre pelo chão

Como um filme de ação

À espera de um sucesso

Que não seja em vão

Uma paixão quebradiça

Perto de qualquer despedida

Que possa me afetar

Nos vastos campos, teus estelares

Minha brisa não corre

Não há lua, não há sol,

À espera de encontrar algum brilho no farol

Uma dica, um intuito

Um dia como os outros

Perto de qualquer despedida

Que possa me afetar

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O EU SEGUNDO OS ASTROS

A astrologia me fez pateticamente sensível,
Internamente inquieta,
Emocionalmente instável,
E metodicamente imparcial.


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sábado, 21 de maio de 2011

O NASCIMENTO DE UM POEMA

Para limpar de meu ser
toda malha de sensações
que é tecida no pulsar dos dias,
Jogo na brancura da folha
todo meu sentir camuflado em palavras…
Transgrido a pureza do papel,
maculo-o com o negro da tinta
que carrega cada fragmento dissoante de mim.
O resultado disso? O nascimento de um poema.


(Michelle Buss)


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Guerra

Meu pai, John Gallemann foi soldado da guerra do Vietnã. Minha mãe diz que ele voltou de lá estranho.
     Às vezes ele ficava lá, na sua cadeira de balanço no terraço, sentado. Pensando. Eu sei que ele pensava na guerra.
     Naqueles momentos eu ficava de pé atrás dele, abraçava seu pescoço, colocava meu queixo em usa cabeça e ficávamos lá. Sem falar nada.
     Nesse dia, além de pensar, ele observava meus dois filhos, que brincavam no jardim de juntar areia e construir castelos. E neste dia ele falou:
     - Anne.
     - sim, pai.
     - Anne me prometa uma coisa: Jamais você vai ensinar seus filhos a amarem a guerra.
     Fiquei calada diante daquilo.
     - Anne, a guerra é feia. É a própria face do inferno Anne. Eu não tenho medo do inferno, porque já estive lá. É a coisa mais feia, mais dura... Não diga a seus filhos para terem medo de lobos, bruxas, ou algo assim. Diga-lhes para ter medo dos homens que fazem a guerra.
“Sabe Anne, eu brincava muito de guerra com meus amigos da escola. E era divertido, porque quando um deles morria, você encontrava com ele no outro dia e ria dele. Ria dele porque se deixou matar. Mas na guerra não. Quando um amigo morre na guerra Anne, não rimos. Porque não vamos encontrar com ele no outro dia, e pode te acontecer o mesmo.
     Mas o pior não é este momento. O pior é quando você é que mata alguém. Eu juro, Anne, é pior. Depois que passa, você quer morrer também. Alguém que nunca te fez mal, que talvez tinha mulher e filhos. Que talvez fosse uma pessoa melhor que você.
     Quando eu era jovem, escolhi ir pra guerra. Porque os outros diziam que lá se virava homem. Eu voltei de lá meio homem. Uma parte de mim nunca saiu de lá. É como se eu tivesse olhos ainda no campo de guerra, porque se eu fechar os meus (fechou os olhos) posso ver tudo o que se passava.
     Ensine isso a seus filhos Anne. Não deixe que eles façam a guerra, não deixem que eles amem a guerra, não deixem que eles se relacionem com pessoas que amam a guerra. Quem ama a guerra Anne, não ama mais ninguém.”

     Eu jurei isso a mim mesma.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

selos!

Esses dois selinho vieram dos blogs:
http://moda-dia-a-dia.blogspot.com/
http://odiariodalouca.blogspot.com/

E pode ser enviado para outros blogs! Isso fica a cargo de todos os escritores!
bjinhos!



bjinhos!!!
byyee

sábado, 7 de maio de 2011

Apenas... Te amo!

Queria escrever algo para demonstrar o que sinto por ti
Queria escrever os mais belos poemas de amor,
Os mais profundos sentimentos
Os nossos melhores momentos

Queria ao teu lado estar
Abraçar-te... E quem sabe... Beijar-te
Mas isto não basta
Quero mais...
Quero você...
Não como amigo... Quero algo mais
Quero te ter como a razão da minha vida
Meu viver...
Meu chão...

Não consigo parar de pensar em ti
Ao teu lado, esqueço o mundo...
Esqueço tudo...
Por que será?
Talvez por você ser à única razão do meu viver
O meu chão...
Nada mais tenho a dizer
Apenas... Te amo!

Encontrar

Eu vou gritar o silêncio preso em meu corpo cansado, que já não sente sua presença aqui. Dar asas a imaginação para compor músicas que possam tocar seu coração. É preciso abrir novos horizontes para encontrá – la, você está do outro lado. Nem perto nem longe, um pouco distante. Distante de mim, distante dos outros, distante dos que não a conhecem, mas que sempre à encontram de alguma forma. Nas cores do arco – íris eu posso ver sua imagem refletida e no brilho das estrelas sentir seu encanto, na palma da minha mão eu vejo linhas que me proporcionam a formação de sua letra inicial, em desenhos no céu vejo corações que conversam comigo, falam sobre amor, falam sobre você. Um dia esses corações se juntaram  e formaram um só coração e ele batia forte, eu podia sentir as batidas dentro de mim. Hoje eu sei que tudo que eu faça me lembrará você e nada me fará te esquecer, um dia os céus poderam me ajudar à encontrá – la, nessa vida, em outra vida, na minha vida.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A gente percebe quando gosta

Não quando o beijo é bom,
Nem quando o abraço é gostoso.
Bochecha rosada?
Isso não é nada!

A gente percebe quando gosta.

Quando uma música melosa
Faz pensar na pessoa amada.
Quando um grãozinho de terra que fica
Da sua roupa molhada,
Não quer sair na lavagem,
E o carro fica na garagem,
Porque andando é bem melhor
Vai mais devagar
Dá pra conversar,
Dá pra...
Dá pra nada.
Quando a gente ama o tempo passa
Passa rápido
Mal dá pra matar a vontade
A saudade.

A gente percebe quando gosta
Porque dá vontade de ler duas vezes
O e-mail,
A carta,
A mensagem,
A conversa salva do chat.
A gente percebe porque tudo serve!
Serve sair por horas,
Serve se ver por minutos,
Serve falar pelo telefone,
Serve até fazer comida,
Ruim ou gostosa!

A gente percebe quando gosta,
Porque fica fácil escrever poesia,
Escrever cartas e contos
E entregamos os pontos.
E rimos o tempo inteiro.
Porque quando o corpo se sente muito feliz
E não sabe como mostrar
Ele ri
Ri de alegria
Ri de esperança
Ri de vontade de abraçar
E de beijar.
E nada melhor do que um beijo sorrindo.
Um abraço sorrindo,
Um sorriso sorrindo.
Sorrindo é sempre melhor.

Não procure fórmulas do amor,
Não se pergunte se ama.
Se precisas e perguntar, não ama
Porque a gente percebe quando ama.
Percebe... percebendo, como dizem as crianças.

Metido a cavalo do cão (causos)

No nordeste (pelo menos cá em Pernambuco) tem a expressão: “metido a cavalo do cão”. Que fique bem explicado que Cão é Diabo. Mas isso é história para outro dia!
A história que vou contar agora é como surgiu a tal expressão “Metido a cavalo do cão” (pelo menos, como eu acho que surgiu).
Enfim, verdade ou não, vou contar!
Tinha uma cidade de nome muito diferente, era a cidade de Caporá. Era uma cidade muito pequena na verdade. Tinha uma rua principal, onde ficava a igreja, a escola, a prefeitura, a padaria e o Banco. Tinha uma pracinha pequena. A riqueza da cidade eram as grandes fazendas.
Um belo dia chegou em Caporá um sujeito muito estranho, magricelo, amarelado, fraquinho, raquítico. Era feio o pobre homem.
E estranho. Tomava cana que só vendo. Tomava um litro e meio sozinho e nem ficava cambaleando. Bebia aquela bebida ardente que nem quem bebe água. As roupas mal arrumadas, um chapéu velho na cabeça e uma cara enfezada.
Se demorou na cidade algumas semanas. Não se sabia onde dormia. Não tinha registro na estalagem na cidade (que também ficava na rua principal, esqueci de dizer) e ninguém o via dormindo por bancos da pracinha, ou nas calçadas da pequena cidade.
Logo, as crianças sentiam medo dele. As beatas passavam e faziam o sinal da cruz. Diziam que era o “Cão” em pessoa. O Bute, o Diabo, o Coisa Ruim, o Senhor das Trevas, O Capiroto, o Malvado.
Mas criança não tem medo de nada, toca chamar o homem de “seu Diabo” bem alto no meio da rua.
E ele fingia que não ouvia.
Mas acontece que um dia, Josué, filho do fazendeiro mais rico de Caporá cismou de tirar  a paciência do desconhecido. Chamou o homem de tudo o que era nome feio. Xingou de mãe à avó, e o estranho nem aí. Até que por fim Josué disse as seguintes palavras:
- Deus me salve desse maluco!
O homem voou pra cima do pobre do Josué. Foi uma coisa espantosa. De socos, cabeçadas, arrastão e pontapé. Caiu em Josué com tudo.
O povo tentava salvar o rapaz rico que estava ali apanhando. E o estranho com a louca batendo em Josué. Acharam inclusive que aquele ódio todo foi por Josué ter dito a palavra “Deus”.
A questão é que quando Josué já estava desmaiado no chão e o estranho já chutava cachorro morto. Deu uma ventania estranha na cidade, e o desconhecido virou um cavalo preto de olho vermelho e crina azul. Correu tanto que ninguém nunca mais viu.
Então o povo percebeu que não era o diabo em pessoa, mas seu cavalo!
Desde desse dia, lá em Caporá, quem é metido a forte e valente e age sempre com violência e covardia é “Metido a cavalo do Cão.”
Eu hein!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Não fale nada, deixe acontecer!

Você não precisa me dizer onde estava
Eu já disse que tá tudo bem
Não se preocupe com nada
Sei que não estava com outro alguém,

Vejo nos teus olhos
O medo e a aflição
Não se preocupe com nada
Sei que não se trata de uma traição

Mas sou ser humano
E preciso do teu carinho.
Peque minha mão
e nunca mais me deixe sozinho

Porque...

Porque te amo e quero você aqui.
O que os outros vão pensar
Eu não estou nem ai...

Então segure minha mão e sinta o meu coração,
Neste momento olho pro céu, e percebo não é ilusão

Sei que estavas lá fora
Procurando um tempo pra pensar
E eu não via a hora
De você voltar

Agora que voltou, 
Te peço por favor...
Nunca mais me deixe sozinho!

Porque...

Porque te amo e quero você aqui.
O que os outros vão pensar
Eu não estou nem ai...

Então segure a minha mão e sinta o meu coração,
Neste momento olho pro céu, e percebo não é I-L-U-S-Ã-O...



(Olá pessoal, também estou fazendo parte do Clube de Escritores e devo admitir que é uma honra pra mim estar escrevendo pra este blog! Espero que gostem dos meus posts e peço à vocês que  deixem comentários se gostarem, do contrário, críticas também são bem-vindas)

domingo, 1 de maio de 2011

Minha ,só minha...

Diga-me se tudo isso que estou fazendo é errado. Se a vida não tem mais alma, nem um simples sentimento bobo, que nos da vontade de viver. Isto tudo pode ser besteira, palavras banais jogadas no lixo, como, qualquer coisa fútil e irrelevante. Parece que tudo isso que fiz para você não é o suficiente. Que você vai me jogar no chão e pisar, pensando que sou um rato qualquer de esgoto. Pode fazer tudo isso, mas ainda assim não vai tirar a vontade que eu tenho de ficar com você, a vontade que eu tenho de te beijar...

Meus

O sol é minha estrela
A lua é o meu radar
O céu é o meu paraíso
Onde eu posso te encontrar

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O TEMPO

O tempo é um senhor velho com os olhos de menino e a pressa de um homem...

(Michelle Buss)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Conflito mental.


Senti devia ter lhe dito algo.Mas quando vi milhares de pessoas ao seu redor me reprimi. Fiquei um pouco indignado sem saber o que fazer, esse malditos pensamentos só chegam na hora errada, quando fico ao seu lado paro de pensar. Não penso em mais nada, a não ser você. Só consigo pensar quando estou afastado, quando estou chegando em mim, quando estou chegando cada vez mais perto da minha consciência. Isso me deixa frustrado, me deixa triste, calado, mudo e muitas vezes cego.Fico nesse conflito mental diariamente, mas não pense que isso é tudo culpa sua, jamais, essas coisas são todas minhas, não tenho culhão para falar frente a frente contigo, isso me deixa com o coração na mão. Mas amanhã eu mudarei tudo... Amanhã.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cotidiano

Hoje eu dormi e não consegui sonhar...
O despertador tocou e eu não quis acordar...
O dia começou e eu não queria trabalhar...
A tarde também chegou e eu não queria almoçar...
Na aula, eu com sono, não queria estudar...
O ônibus tão cheio que eu não queria pegar...
Uma casa tão chata que eu não queria frequentar...
Um beijinho tão doce, e eu não queria beijar...
Um vinho, um violão e eu sem vontade de comemorar...
Um táxi, uma condução e para casa fui, deitar...
Só para voltar ao início e a poesia recomeçar...


Karine Lima

domingo, 24 de abril de 2011

Te querendo mais.

Quero que tudo o que está acontecendo nunca acaba, quero que a nossa vida fique cada vez mais perto, quero suas mãos sobre as minhas e seu peito sobre o meu. Jogar você na parede e te beijar sem parar, querendo que o tempo pare para eu continuar beijando você por mais tempo, querendo isso casa vez mais muito mais, querendo que o mundo pare, que todos fiquem congelados e que deixe a nossa paixão fluir naturalmente. Irei deixar todos parados e perplexos com tudo o que eu irei contar, você vai ficar boquiaberta com tudo que eu irei soltar. Mas não pensem muito, fique apenas só um pouco parada, isso bastará para eu saber o que você quer.

mini-maxi-universo

Saindo do meu mini-mundo

Mini-estranho, mundo estranho

Mini-mundo-estranho

Encontrei você no maxi-universo

Tão interessante esse universo

Tão cheio de becos sem saída

Pulamos os muros.


Atravessamos riachos

E eu sai da minha bolha gigante

Maxi-bolha de maxi-bolsa de maxi-moda

De mini-pessoas.

Onde tudo o que importa são nomes

De pessoas mortas

Que não sabemos quem são

Que se acham no direito de me dizer como devo...


Como devo ir

Me vestir

Me sentir

Me sentar

Me portar

E todos os verbos que se apliquem a mim


E você me tirou dessa maxi-merda

E me mandou pro lugar onde tudo é de todos

Todos tem tudo

Ninguém tem nada

Ninguém é de ninguém

Ninguém é obrigado a amar ninguém

A falar com ninguém

E enfim pude ser quem realmente sou.


Longe de tudo e de todos
Perto de mim.




Karine Lima

sábado, 23 de abril de 2011

Eu só espero

Quem sabe eu ainda possa viver muito, ou eu só possa viver por 5 segundos, quem sabe isso tudo que eu falo não passa de uma simples ilusão boba e infantil!?! Ilusão essa que esta dentro do corpo desde que eu nasci, desde o meu primeiro beijo, desde o meu primeiro amor, desde a minha primeira transa. Maldição, queria estar de bem com a minha alma, ficar um tempo parado sem poder pensar em nada, sem não disser nenhuma palavra. Mas isso nunca vai acontecer, isso não vai ficar assim para sempre, irei mudar tudo, irei mudar o mundo, irei mudar vidas e essa mesmas vidas vão me mudar. Mas não por eu ser uma pessoa desprezível ou amarga, mas apenas por que todos mudam, alguns para a melhor outros nem tanto.

Só quero que você não mude,não comigo,eu espero que isso fique assim,como esta,espero que ainda lembre de mim quando estiver velinha com o seus netos.

Hugo Xavier de Sá

Pense em si.

Estou cada dia mais fraco, não sei como eu ainda estou ficando de pé, não sei nem como eu estou respirando... Maldita dor que entra na minha face e não quer sair de jeito nenhum,maldita dor de cabeça, malditos sejam todos aqueles que ainda querem me ver deitado no chão da sociedade imunda que nós convivemos. Espero que todos eles olhem para onde eu estou indo e não vão atrás.

Olhem para onde o meu destino está me levando, olhe para onde eu estou viajando e pensem um pouco mais sobre o que vocês falam. Não quero ser melhor do que ninguém, só quero que a minha vida fique em paz mais uma vez. Só quero que ela fique bem como era antes, só espero que ela fique calma, que eu fique calmo e que ninguém pense que estou sendo hipócrita...

Mas eu ainda tenho a certeza que vocês me querem ver jogado, esperando que algum corvo venha e faça do meu rosto o seu ninho, que meus filhos não tenham nada. Mas nada disso vai acontecer, eu não deixarei, jamais isso vai acontecer, não enquanto eu ainda estiver VIVO.

Nunca deixe que esses malditos putre-fatos falem como vai ser a sua vida daquele momento para a frente, não deixe que eles tracem o seu destino, como um desenho infantil... Nunca deixe que isso aconteça, faça você mesmo, faça o que tiver vontade, faça tudo que lhe der vontade. FAÇA.

HUGO XAVIER DE SÁ

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Encontrar

Eu vou gritar o silêncio preso em meu corpo cansado, que já não sente sua presença aqui . Dar asas a imaginação para compor músicas que possam tocar seu coração. É preciso abrir novos horizontes para encontrá – la, você está do outro lado. Nem perto nem longe, um pouco distante .  Distante de mim, distante dos outros, distante dos que não a conhecem, mas que sempre à encontram de alguma forma. Nas cores do arco – íris eu posso ver sua imagem refletida e no brilho das estrelas sentir seu encanto, na palma da minha mão eu vejo linhas que me proporcionam a formação de sua letra inicial, em desenhos no céu vejo corações que conversam comigo, falam sobre amor, falam sobre você . Um dia esses corações se juntaram  e formaram um só coração e ele batia forte, eu podia sentir as batidas dentro de mim . Hoje eu sei que tudo que eu faça me lembrará você e nada me fará te esquecer, um dia os céus poderam me ajudar à encontrá – la, nessa vida, em outra vida, na minha vida .

PEDIDO DE CASAMENTO

Quando a vida dançar cirandas
E poemas desabrocharem em quintais de flores azuis.
Quando o sol nascer do outro lado
E sapos coaxarem mormaços de verões.
Quando do amanhecer chover fragmentos caleidoscópicos de aurora
E o sabor das pitangas for a nota mais doce da canção.
Quando o céu resolver trocar de roupas
E enfim, vestir o sutil dos violetas iridescentes.
Quando as papoulas despertarem em outras estações
E o tempo dos solstícios for o mesmo dos equinócios.
Quando o quadrante dos sonhos noturnos for o mesmo da realidade
E araras forem as mensageiras de loucuras gravitacionais.
Quando então as horas baterem no meu rosto
E me libertarem das cadeias de medos insípidos.
Quando as línguas forem criptografadas em batimentos cardíacos
E “Eu te amo” for o som uno reverberando na retina dos homens.
Será que, enfim, você aceitaria casar comigo?





(Michelle Buss)







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quinta-feira, 21 de abril de 2011

CRÔNICAS DE MIM MESMO.

Queriam que eu estivesse morto,jogado no chão,sendo comido por cachorros vira-latas,quero fugir,sair correndo e me esconder.

O meu passado me assusta,o meu presente me deixa triste e sei que futuramente irei me arrepender de tudo isso.
Saia,suma,fuja,grite e me abrace.Quero pedaços de vidros me cortando.Quero tudo isso se você não estiver aqui.

Posso falar palavras pesadas,que vão entrar no seus ouvidos e machuca-los,deri-los vão,mas só o seu bem eu quero.Só quero te ver feliz,nunca triste.Apenas sorrindo.

Olho para o alto,fico calado por 5 minutos,queria estar cara a cara com você.Queria te beijar como o agora fosse acabar,como o nunca jamais voltará.Eu sei que não volta.Sei que você não vai voltar.

Posso pensar muito mas de uma coisa eu tenho certeza,você ainda será minha.

No nosso campo de papoulas

Quando a gente for ao nosso campo de papoulas, que mandei trazer do Mundo de Oz, vai ser mágico. Porque quanto mais avançamos mais cansamos e então dormiremos.
Dormiremos eternamente, não vale a pena acordar.
No nosso campo de papoulas especial tem tudo o que precisamos. Tem o cheiro doce e feiticeiro, tem a cor escarlate e bonita e tem as músicas das flautistas do nosso campo de papoulas.
E tem nós dois e não tem mais ninguém.
E vou mandar plantar uma árvore do pecado original, bem no meio do nosso jardim. Vamos dormir sob ela, não vamos comer de seu fruto para não acordarmos do nosso Éden total.
Não teremos leões covardes no nosso campo de papoulas e o brilho do sol vai se estender no horizonte, até onde for o nosso campo de papoulas vermelhas e bonitas. E Monet não tinha papoulas mais bonitas, nem eram tantas.
Vai ser bonito como o desenho das crianças, como as músicas feitas por um surdo, como as esculturas de quem não tinha braço, como o brilho dos olhos daqueles que vêem um mundo distante.
Porque nosso campo de papoulas é longe daqui. É longe da nossa cama.
É nos nosso sonhos quando dormimos.



Karine Lima

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Há quem não saiba dizer a verdade


A cada dia busco compreender o mundo, as pessoas, mas amanhã, o que penso agora já não servirá mais, será loucura, será falho.
Ou as verdades são mutáveis ou o homem se encantou com seu poder de mentir.
Prefiro concordar com as duas possibilidades, uma vez que se a verdade é a vida concretizada, sendo a vida inconstante e flexível, permita-me dizer que a verdade possui certa mutabilidade.
Quem dera parasse por ai.
Há quem prefira, em vez de sonhar e empenhar-se para realizar seu sonho, ocultar a verdade e viver por meio de mentiras, fantasiando uma inverdade constante e transformando-a em sua vida.
Viver sem viver, há quem prefira viver dessa forma.
Mostrar-se superior ao mundo, às pessoas ao seu redor. Pode ser que consiga, mas na verdade só demonstra sua fraqueza e sua futilidade.
A mentira anda de mãos dadas com a Verdade, um hora ou outra ela será revelada.
Há quem escolha esse risco para viver o resto de sua vida, vivendo fatos e imagens que nunca será capaz de viver, ouvindo coisas que jamais irá ouvir, possuindo coisas que nunca irá possuir.
A mentira, assim como máscaras, sempre cai e sua verdadeira vida estará como um livro aberto.
Ao mentir você rouba o direito de alguém saber a verdade
Ao mentir você omite um direito seu, o de ser feliz de verdade.

Thiago Brito

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um jeito bom de morrer...

Deve ter algum jeito bom de morrer.
Morrer de fogo, esse fogo que me consome por dentro, que externo no rosado do meu rosto.
Morrer sob a água, quando estamos no mar, no rio, na piscina, quando nossos beijos não nos permitem respirar, quase como se estivéssemos sob a água.
Ou morrer simplesmente. Dessas pessoas que morrem dormindo. Dormindo ao seu lado. Dormindo o cansaço dos namorados. Descansando a vida boa daqueles que amam.
Ou morrer acordado, olhando seu rosto, te admirando até o ultimo suspiro. Morrer te querendo. Morrer sabendo que não podia ter sido melhor.
Morrer sem medo. Morrer sem querer mais, porque foi o suficiente estar com você.
Morrer para mim, quase nascer para você. Nascer de novo, Nascer só pra esse amor. E morrer mil vezes se fosse preciso. E essas mil vezes renascer.
E enfim, não ter medo de morrer. Não ter medo de nada. Pular no vazio. Porque morrer deve ser como pular no precipício e nunca mais encontrar o fim.
Se eu pulasse então, eu pensaria em você. Morreria de amores. Morrerias nos teus braços. Porque antigamente paixão significava sofrimento. Acho que amar significava morrer.



Karine Lima

Nos seus braços...


Acordei com o silêncio.
                O cheiro inebriante de rosas vindo do quintal inundava o quarto. A janela estava aberta e a cortina entreaberta esvoaçava com o vento. Eu havia adormecido na poltrona, o livro em meu colo.
                Laika dormia com as costas voltadas para mim, em posição fetal. Estava meio enrolada no cobertor, que cobria seu tronco e deixava de fora os pés. O travesseiro estava encostado na cabeceira. Uma respiração suave vinha de sua boca aberta.
                Aproximei-me lentamente da cama e retirei seus sapatos. Ela ainda usava o vestido da noite passada e eu não ousaria tentar tirá-los. Enquanto puxava o cobertor para cobrir seus pés, ela murmurou alguma coisa em seu sono. Fiquei paralisada. Ela virou-se na cama e ficou de barriga para cima, como se estivesse falando comigo.
                Continuei, dessa vez tapando os ombros nus dela. Em seguida, me arrastei pela cama até estar ao seu lado e abracei-a pelas costas, pondo o braço ao redor de sua cintura belamente esculpida. Encostei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos. Restou-me ficar naquela posição, sentindo o cheiro de seu perfume de laranja, até sentir seu movimento, percebendo que ela virava-se para mim.
                Afastei-me a tempo de observá-la enquanto levantava as pálpebras, mostrando suas íris de um cinza titânio apaixonante. Um sorriso surgiu em seus belos lábios carnudos, que desapareceu quando aproximei-me e rocei meus beiços nos seus.

Quando eu era pequena...


Quando eu era pequena
Tinha medo de ir pra cama
Por que achava que,
Enquanto dormia,
Ia afundar na cama
Passar do chão
E cair pra sempre
No infinito espaço,
Céu estrelado e negro,
Um vácuo completo.
Sem som, ruídos, baques ou murmúrios.
Fantasiosa eu, não?